Dom Pedro Fedalto: meus 92 anos

Neste sábado, 11 de agosto, o Arcebispo emérito de Curitiba, Dom Pedro Fedalto, completa 92 anos. Para celebrar a sua vida e contar um pouco da sua história, Dom Pedro escreveu um artigo para a Revista Voz da Igreja sobre seu aniversário.

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MEUS 92 ANOS

Dom Pedro Antônio Marchetti Fedalto

Arcebispo Emérito de Curitiba

A 11 de agosto, vou comemorar 92 anos de idade e, no dia 28, 52 anos de Bispo. Tudo é graça de Deus e proteção de Nossa Senhora do Carmo. Por isto, até a morte, devo sempre render-lhes profundo hino de ação de graças. Depois de Deus e Nossa Senhora do Carmo, tenho dificuldades de incluir em meus agradecimentos todos que me ajudaram, influíram e me ampararam até hoje.

Começo a agradecer às famílias italianas que Deus me deu, Fedalto, Lovato, Marchetti e Bosa. No Arquivo Público do Paraná, no Livro de Tombo nº 0834, da Colônia Nova Itália,  folha 92, consta que, a 2 de fevereiro de 1878, chegaram à Colônia Nova Itália as famílias de Giacinto Fedalto e esposa Maria Selva,  Giuseppe, o Patriarca,  Ângela, os filhos Pietro (Pedro), meu avô, com 7 anos, Luigi (Luiz) pai do Irmão Paulo, Passionista, com 5 anos, Giacinto, com 3 anos e Giácomo (Jacob) com um ano. No Brasil, Giuseppe e Ângela tiveram mais Antônio e João (Pe. Aroldo Kohler, neto deste) Lúcia (Pe. Osmair Strapasson é seu bisneto), Maria, Catarina e Luiza.

Nasci na Colônia Antônio Rebouças, município de Campo Largo, fundada a 11 de setembro de 1878, chamada Timbituba. Foi mudado o nome para homenagear o engenheiro baiano, Antônio Rebouças, autor dos projetos das Estradas de Ferro e Graciosa, Curitiba a Paranaguá.

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Festa da Família Fedalto / Dezembro de 2016

Lá se estabeleceram 30 famílias italianas venetas, entre as quais a Família Fedalto: meu tataravô Giacinto, com 60 anos, falecido três meses depois, tendo feito as exéquias o Pe. Antônio Machado, pároco de Campo Largo, meu bisavô Giuseppe, o Patriarca, morto com 55 anos, a 08-10-1900. O Pe. Pietro Nosadini, residente em Rondinha, escreveu no jornal católico “A Estrela”: O Sr. Fedalto foi modelo de pais educadores dos filhos e dedicado membro da comissão da Capela, desde o começo”.

Meus avós eram Pedro Fedalto e Ana Lovato, Ângelo Marchetti e Margarida Bosa e meus pais Giácomo (Jacob), Congregado Mariano, e Corona Marchetti, de Campo Comprido, do Apostolado da Oração. Sou muito agradecido a meus cinco irmãos e irmã, cunhadas e cunhado, sobrinhos e sobrinhos netos.

Meu professor Luiz Lorenzi, catequista, sacristão, encaminhou-me ao seminário, tendo 7 alunos consagrados a Deus: 2 Bispos, 3 Sacerdotes e 2 Irmãos Maristas. Sou muito grato a meus Formadores e Professores dos Seminários de S. José de Curitiba e Central da Imaculada Conceição do Ipiranga, S. Paulo.

Depois de Deus, minha maior gratidão é a Dom Manuel da Silveira D’Elboux, Arcebispo de Curitiba, indicando-me para ser seu Auxiliar. Quando o Núncio Sebastião Bággio incluiu meu nome para ser Bispo de Palmas, Dom Manuel insistiu com o novo Núncio Umberto Mozzoni para continuar seu Auxiliar. Sou muito grato ao Papa Paulo VI, nomeando-me Bispo Auxiliar e Arcebispo, aos Papas S. João Paulo II, Bento XVI e Francisco.

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Agradeço muito a meus 6 Bispos Auxiliares:  Joaquim Gonçalves, Albano Cavallin, Domingos Wisniewski, Ladislau Biernaski, Moacyr José Vitti, depois meu sucessor, de saudosa memória, e Dom Sérgio Arthur Braschi de Ponta Grossa.

Profundo reconhecimento ao Arcebispo de Curitiba, Dom José Antônio Peruzzo, aos Bispos do Paraná, escolhendo-me Presidente do Regional Sul II por muitos anos, aos do Brasil votando-me para o Sínodo de Puebla, México, Santo Domingo, República Dominicana, da América e por 8 anos ser do Conselho dos Ministérios e Presidente da Família da América Latina e Caribe.

Devo dizer meu muito obrigado aos padres, diáconos, religiosos e religiosas, leigos e leigas da Arquidiocese de Curitiba.

A última palavra: rezem por mim para eu ter uma santa morte”.