Voluntária comenta a importância do encontro com a população vulnerável nas ruas

“Entregar o alimento ou a roupa à pessoa que vive nas ruas é apenas um meio de promover o que mais importa – que é o encontro com a população mais vulnerável, levando atenção e transformando o nosso olhar”

Essa é uma das constatações que a jovem Maria Clara Ricarte, de 19 anos, tem após meses de atuação voluntária com a população em situação de rua no centro de Curitiba. A ação, chamada de “Mesa Fraterna” é coordenada pela Pastoral do Povo de Rua, Paróquia Bom Jesus dos Perdões e pela Comissão da Dimensão Social da Arquidiocese. Todos as tardes um grupo de voluntários prepara e serve um lanche fraterno às pessoas que precisam deste alimento, no centro da cidade, entregando também outras doações.

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Maria Clara na organização de doações. Foto: Joka Madruga

Com o aproximar do IV Dia Mundial dos Pobres, lançamos relatos de pessoas que têm se envolvido com essa ação voltada para ‘estender a mão ao pobre’, como nos pede o Papa na mensagem sobre a data neste ano. Confira hoje o que diz a voluntária Maria Clara Ricarte:

Por que resolveu ser voluntária nesta ação?

“Eu faço parte do grupo de jovens da minha paróquia (Paróquia São Cristóvão) e recebemos no grupo um convite para participar da ação voluntária com a população de rua no centro. Eu sempre me senti desafiada a servir a população mais vulnerável, por isso quando vi, senti que era para mim. Então dei início ao voluntariado e me encontrei mesmo lá”

Você hoje vê qual importância neste trabalho realizado pelos voluntários?

“Primeiro de tudo, traz algo fundamental que é o alimento. Mas também traz dignidade pois ali eles recebem respeito e atenção. E vejo que a importância não é só para as pessoas atendidas, pois para os voluntários é uma experiência de vida que transforma e proporciona crescimento pessoal e até profissional eu acredito. Aprendemos muito na nossa organização entre voluntários. Resumindo, transforma a vida de atendidos e de voluntários de uma forma muito bonita, um ao encontro do outro.”

O que destaca na sua experiência pessoal neste trabalho?

“Eu entrei para servir e entregar os alimentos e as roupas ou kits de higiene e vi logo que isso é a parte mecânica, a parte mais básica. A atenção que damos e o encontro que proporcionamos é o que transforma de verdade. A gente vira uma família, todo o grupo. Começamos por levar a doação e aí vamos conversando e aos poucos aquela pessoa em situação de rua vira uma presença diária na nossa vida e passamos a chamar pelo nome um do outro, passamos a conhecer o jeito de cada um e criamos um clima de confiança, amizade e respeito. Isso para mim, é o que a ação tem representado: a família que formamos”

Maria Clara no preparo dos lanches. Foto: Joka Madruga
Maria Clara com outros voluntários no preparo dos lanches. Foto: Joka Madruga

E seu dia-a-dia mudou então?

“Sim, eu moro com meus pais e irmãos e falo sempre sobre essa atividade em casa. Todos lá gostariam de participar. Meus pais foram os maiores incentivadores, eles sempre se envolvem com ações sociais, mas neste horário não podem devido ao trabalho. E meus irmãos não veem a hora de fazer 18 anos para ingressar no voluntariado.”


A ação precisa com urgência de mais voluntários

O número de pessoas atendidas é alto e o número de voluntários caiu muito, sobrecarregando o pequeno grupo atual. São necessários mais voluntários para este atendimento diário, realizado das 13h às 17h. Venha ser um apoio aos nossos irmãos que necessitam da nossa atenção, sobretudo neste contexto de maior vulnerabilidade.

Para as inscrições e outras informações sobre o voluntariado, favor entrarem em contato:
– com a Marcia (41) 99970 3691
– com a Flávia (41) 99509-8199