A Semana Santa

Confira a Palavra de DOM PEDRO ANTÔNIO MARCHETTI FEDALTO
Arcebispo Emérito de Curitiba

A SEMANA SANTA

A Igreja Católica comemora na Semana Santa os Mistérios da Paixão – Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. A Semana Santa só é compreendida por um profundo ato da fé.

A Igreja, durante a Quaresma (iniciada no dia de Cinzas), preparou os fiéis para as celebrações da Semana Santa. Há mais de cinquenta anos, no período da Quaresma, a igreja realiza a Campanha da Fraternidade.

Todo ano, a Campanha da Fraternidade escolhe um tema e um lema para reflexão, oração, penitência e uma coleta para a solidariedade das obras sociais das Dioceses e da CNBB.

O tema da Campanha da Fraternidade neste Ano Santo é Casa Comum, nossa responsabilidade e seu lema: “Quero ver o direito brotar, como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Amós, 5, 24).

Qual é o sentido do tema e do lema? Cada pessoa deve responsabilizar-se pela própria vida e pela de seus irmãos. A primeira necessidade da Casa Comum é a saúde.

Como anda a saúde? A experiência mostra-nos que há tantos enfermos. Muitos pobres não conseguem ser bem atendidos nos hospitais, por médicos, não encontram lugar para um internamento, e não têm recursos para aquisição dos remédios. Para conservar a saúde, é necessária uma alimentação sadia, uma água potável, uma residência para morar, uma limpeza com a água para evitar o contágio da Dengue, às vezes mortal.

Desse modo, é preciso evitar a doença e viver com saúde e a graça de Deus. Mas o que importa isso para a Semana Santa?

Importa porque todos devem sentir-se bem para celebrá-la santamente.

Os próprios doentes devem conformar-se com a sua enfermidade e oferecê-la a Cristo, acompanhando-o na sua Paixão e Morte na Cruz. Os sadios comprometam-se a viver o preceito de amor a Cristo e a seus irmãos. Para isso, acompanhem com espírito de fé todos os ritos litúrgicos.

DOMINGO DE RAMOS

Participe das bênçãos dos Ramos, com a mesma fé e alegria, contemplando Jesus entrando em sua casa e coração com palma abençoada, que é a bênção de Cristo.

NA QUINTA-FEIRA

O Bispo em sua catedral sagra o óleo do Crisma, benze os óleos dos Catecúmenos para o Batismo e dos Enfermos para o sacramento da Unção dos Doentes. Muitos são ungidos no Batismo, na Crisma, na Ordenação Presbiteral e Episcopal, bem como na doença grave e idade avançada.

Nessa mesma missa, os presbíteros renovam diante de seu Bispo os compromissos assumidos no dia da ordenação: ser sacerdote como Cristo.

À noite é celebrada a missa da instituição da Eucaristia, que é o sacrifício da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. A Eucaristia é a fonte, o ápice da vida espiritual.

Também há a cerimônia dos Lava-pés. Lavar os pés é colocar-se a serviço dos irmãos na evangelização, caridade e doença.

SEXTA-FEIRA SANTA

A Paixão e Morte de Cristo na cruz é o maior ato de amor para a salvação de todos os homens e mulheres. Esse ato de amor gratuito de Cristo deve ser retribuído com uma doação total, aceitando plenamente as cruzes de nossa vida.

SÁBADO SANTO E PÁSCOA

A Ressurreição de Cristo, celebrada no Sábado Santo e Domingo de Páscoa, é a maior festa litúrgica do ano.

São Paulo nos ensina que, se Cristo não tivesse ressuscitado, seria vã nossa fé, vazia nossa pregação (1 Cor. 15,4).

Cada um de nós quer viver mais tempo. Entretanto, um dia, esperada pela doença ou repentina, acontece a morte.

Crer que a morte não é extermínio da vida, não é o aniquilamento, desaparecimento, castigo imposto ao ser humano (Sab. 3, 1 e seguintes). A morte deve ser preparada, porque ninguém sabe o dia, a hora, a circunstância. Esteja sempre preparado.

Que todos os leitores deste artigo celebrem bem a Semana Santa, onde quer que se encontrem.

No Ano da Misericórdia, seja a Semana da esperança, da alegria e da gratidão a Cristo que se encarnou e morreu, pela salvação de cada um de nós. Que seja a festa da paz. Foi com esta palavra que Cristo Ressuscitado saudou os Apóstolos. Que Ele nos saúde assim nesta Páscoa. E nós também saudemos a todos com o abraço da paz.