Neste mês em que a Igreja celebra o mês da Bíblia, queremos também voltar nossa atenção às Sagradas Escrituras sobre o olhar de Maria, a mulher que soube encarnar em sua vida a Palavra e a vontade de Deus.
No Antigo Testamento
Séculos antes de Maria vir ao mundo, a Palavra já falava dela. Maria é chamada “estrela da manhã”, pois ela precede o nascer do sol “Jesus Cristo” na história da salvação. Ela já se encontra profeticamente delineada na promessa da vitória sobre a serpente, feita aos primeiros pais caídos no pecado, segundo o livro do Gênesis (cf. Gn 3, 15); ela é, igualmente, a Virgem que conceberá e dará à luz um Filho, e seu nome será Emanuel, segundo as palavras de Isaías (cf. 7, 14).
No Novo Testamento
Maria desde sempre fora eleita por Deus e agora o anjo apresenta-se a ela com uma mensagem divina, e Maria diz: “Faça-se em mim segundo a tua Palavra” (Lc 1, 38). A resposta de Deus à disponibilidade de Maria nos é narrada por João: “E o Verbo se fez Carne” (Jo 1, 14), Ela acredita plenamente na Palavra e nela a Palavra se cumpre totalmente.
Maria antecipa a missão de Jesus: “Não vim para ser servido, mas para servir” (Mt 20, 28). Já com Jesus no seu ventre ela vai servir Isabel. Isabel reconhece a grandiosidade de Maria e com um grande grito exclama: “Bendita és tu entre todas as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre” (Lc 1, 42). E acrescenta: “Feliz aquela que acreditou, pois o que foi dito da parte do Senhor será cumprido” (Lc 1, 45).
A divisão entre Deus e a humanidade, causada pelo pecado, encontrará o seu remédio em Maria. Ela é a Nova Eva, Mãe dos Viventes. É no seu ventre que a comunhão entre Deus e o homem foi restabelecida. Maria, por ter acolhido e observado a Palavra de Deus, torna-se o elo da comunhão, o lugar do reencontro da humanidade com Deus por meio no nascimento de Jesus (Cf. Lc 2, 10-11).
Lucas narra em seu Evangelho que “uma mulher ergueu a voz do meio da multidão e disse, dirigindo-se a Jesus: Feliz o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram!”. As palavras daquela mulher constituem um louvor para Maria, como mãe de Jesus segundo a carne. E Jesus respondeu: “Felizes, antes, os que ouvem a Palavra de Deus e a observam” (Lc 11, 27-2-8). Jesus quer mostrar a importância de Maria ter se tornada a sua primeira discípula. Então, o seu valor está não só na maternidade de sangue, mas na maternidade espiritual, que vem da escuta e vivência da Palavra de Deus.
Aos pés da cruz Maria perde, por assim dizer, a maternidade de Jesus para se tornar mãe da humanidade. Esta nova maternidade de Maria, gerada pela fé, é fruto do novo amor, que nela amadureceu definitivamente aos pés da Cruz, mediante a sua participação no amor redentor do Filho (Cf. Jo 15, 25-27).
Mãe de Deus e nossa, ensina-nos a também centrar nossa vida na Palavra de Deus Amém!!!
Ir. Lucimar Nascimento de Novais, MAD