A solenidade de Corpus Christi, neste ano celebrada de modo singular e marcante em nossa Arquidiocese, nos remete à Eucarista. Provoca a reflexão sobre o sacrifício da Vida, Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo, e dentro deste tema, Dom Pedro Fedalto, arcebispo emérito de Curitiba, nos traz uma série de artigos, iniciando hoje pelo tema “Instituição da Eucaristia”.
CORPUS CHRISTI – SACRIFÍCIO DA VIDA, PAIXÃO, MORTE E RESSURREIÇÃO DE CRISTO.
por Dom Pedro Antônio Marchetti Fedalto, Arcebispo Emérito de Curitiba
Instituição da Eucaristia.
Na véspera da Páscoa judaica, comemorada no sábado, Cristo antecipadamente, na quinta feira, celebrou a festa da Páscoa com seus Apóstolos numa sala em Jerusalém.
Enquanto comiam, Jesus: “tomou um pão, deu graças e o distribuiu a eles dizendo: Isto é meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em memória de mim. Fez o mesmo com o cálice, dizendo: este é o cálice da Nova Aliança em meu sangue, que é derramado em favor de vós” (Lc. 22, 19 e 20).
A Eucaristia contém três verdades essenciais da nossa fé.
A 1ª – A Eucaristia é o sacrifício de Vida, Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo.
A Eucaristia é o maior dos sete Sacramentos, porque é o mesmo corpo e sangue de Cristo, transformado na Consagração da Santa Missa.
A Eucaristia é o sacrifício da Vida, Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
O Presbítero (sacerdote, padre).
Quem pode celebrar validamente e Eucaristia (a missa)?
É o Presbítero (sacerdote, padre) da Igreja Católica ordenado pelo legítimo Bispo, no Sacramento da Ordem. Foi o próprio Cristo que, ao instituir a Eucaristia, instituiu ao mesmo tempo o Sacramento da Ordem, dizendo: “Fazei isto em minha memória” (Lc. 22, 19).
Os Apóstolos entenderam muito bem que deviam celebrar a Eucaristia. Foram eles que ordenaram os primeiros presbíteros (sacerdotes) da Igreja Católica, com poder de celebrar a Eucaristia. E assim os Bispos do mundo inteiro ordenam os presbíteros para celebrar a Eucaristia nas comunidades cristãs, católicas. Atualmente há mais de 5.000 bispos e mais de 400.000 presbíteros (sacerdotes). A Igreja recomenda que os bispos e os sacerdotes rezem a missa, todos os dias, mesmo que não haja fiéis participantes.
A missa não deve ser considerada, como uma cerimônia formal numa formatura, numa festa, num sétimo dia, enfim um teatro.
A missa é o maior ato de fé, de piedade da Igreja e por isto todos os sacerdotes e leigos devem celebrá-la e participar dela com fé e piedade. Pouco importa o celebrante, porque é sempre o sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Infelizmente, aqui e acolá, encontra-se alguém que só vai participar da missa de tal sacerdote. Coloque em primeiro lugar a fé e a humildade.
A 2ª – A Eucaristia é também o sacramento da Comunhão Eucarística.
Quem nos ensina isto é o Evangelho. O Evangelista São João afirma claramente à multidão que seguia Cristo: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim nunca mais terá fome e sede. É o pão que desce do céu e dá vida ao mundo” (Jo. 6, 33 e 34).
Os judeus murmuravam, dizendo: “Eu sou o pão do céu. Não é o filho de José e Maria, cujo pai e mãe nós conhecemos. Como diz agora, eu desci do céu. (Jo. 6, 41).
Jesus respondeu: “Eu sou o pão da vida, pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. É a minha carne. Quem come a minha carne e bebe meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia. Pois minha carne é verdadeira comida e meu sangue é verdadeira bebida. Quem come minha carne e bebe meu sangue permanece em mim” (Jo. 6, 44 – 55).
Muitos dos discípulos disseram: “esta doutrina é dura e a partir de então voltaram atrás e não andaram mais com Ele” (6, 60 a 66).
Na Liturgia da Consagração da Missa é dito: “Comei, todos, isto é o meu corpo, bebei todos, isto é o cálice de meu sangue”.
continua…
No próximo artigo, a ser lançado na próxima quarta-feira, 24/06, Dom Pedro Fedalto, aborda o histórico da Festa da Corpus Christi