Barbie chega esse fim de semana nos cinemas extrapolando todas as barreiras imagináveis. Fazendo o povo buscar suas roupas rosas para ir ao cinema, entrando em rodas de conversas dos grupos, se tornando a maior venda de ingressos antecipados no Brasil, até virando combo de lanche nos fastfoods. Barbie já é um fenômeno, batendo em cheio na nostalgia de tantas mulheres e atiçando a curiosidade de outras tantas pessoas. Não é à toa que está sendo chamado de “o filme do ano”. Será que esse filme vale toda essa comoção? Falarei hoje como uma opinião pessoal, para não dar spoilers e para garantir que todos consigam viver essa experiência com o filme.
A sinopse oficial de Barbie diz que a famosa boneca, em crise existencial deixará a Barbieland e buscará resposta no mundo real. Barbieland é o mundo das Barbies, mundo onde tantas e tantas crianças já brincaram e já viveram suas histórias infantis. Vendo esse mundo todo de plástico, eu refletia o quanto nós esquecemos do que é ser criança. Jesus nos diz que para entrar no Reino do Céu precisamos ser como crianças. Na Barbieland existem diversas bonecas Barbies e elas podem ser tudo: astronautas, presidente, médicas, esportistas, etc. Quando uma criança brinca, sua imaginação pode conquistar qualquer coisa. Também depois de adultos precisamos ter essa certeza que podemos conquistar tudo, que podemos sonhar com um mundo melhor e faze-lo acontecer. Para entrar no Reino do Céu, precisamos sonhar grande. Pe. Léo dizia que “é preciso ter uma meta, e a nossa meta é muito grande. Quem se acostuma com coisa pequena não pode ir para o céu. O céu é para quem sonha grande, pensa grande, ama grande e tem coragem de viver pequeno. Isso é o céu!”
Voltando ao filme, Barbie e Ken acabam saindo da Barbieland e chegam ao mundo real. Esse mundo é diferente de tudo o que eles imaginavam. Não é um mundo todo perfeito como aquela Barbieland de plástico ideal de festas e músicas todo o dia. Existe um grande contraste com tudo o que tínhamos visto até então na Barbieland. Contraste entre um mundo perfeito cheio de alegria e o nosso mundo tão cruel e cheio de dificuldades. Mas ao mesmo tempo, esse mundo real carrega tantas possibilidades, tanta vida, tantos caminhos possíveis… Ao chegar nesse mundo, Barbie consegue perceber detalhes tão lindos: o sol, idosos sentados conversando, crianças correndo, pessoas passeando nas ruas, o vento nos galhos das árvores. Detalhes que muitas vezes nos esquecemos de perceber no nosso dia a dia.
O filme Barbie abordará a partir daí uma crise existencial que a boneca está vivendo. Abordará temas muito ligados ao mundo feminino, que vai emocionar mães e filhas de todas as idades. Levará homens e mulheres a refletir sobre seu lugar no mundo. Falará sobre quem somos e quem podemos ser. Assim como as crianças, ao brincar com a Barbie, em sua imaginação se tornavam como ela, do mesmo jeito refletiremos sobre nossa vida num filme cheio de aventura e comédia e ótimos cenários e atuações. Barbie com certeza é uma experiência incrível, muito mais voltado ao universo feminino pelo tom nostálgico, mas que encantará todo mundo que der uma chance ao filme.
Circularemos entre Barbieland e mundo real e perceberemos que todos nós temos um lugar no mundo. Todos nós somos importantes e podemos crescer juntos. Em um mundo cada vez mais individualista e egoísta, onde muitas pessoas perderam o sentido da vida, o mundo rosa da Barbie nos lembrará que estamos nesse mundo por uma razão, e que sempre haverá alguém disposto a nos dar as mãos e nos ajudar a encontrar nosso caminho. Quando Pedro está andando sobre as águas e percebe a força dos ventos e das ondas, ele começa a afundar, mas logo Jesus lhe estende as mãos e ele volta enxergar seu Mestre no horizonte. Talvez muitas pessoas também perderam esse horizonte e só olham para as ondas e ventos, só percebem o lado ruim de tudo. Mas nós podemos vencer, nós podemos superar, crescer e sermos melhor. O céu é para quem pensa grande! Unidos, construamos aqui nesse mundo o Reino do céu, Reino de amor, Reino de justiça e igualdade.
Deus os abençoe!
Barbie
Greta Gerwig – 2023
Comédia/Drama – 1h54
Disponível nos cinemas
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Texto escrito por Padre Tiago Felipe Polonha da Arquidiocese de Curitiba