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Dom Peruzzo: Como é que volto a Curitiba? Vou levar na minha memória aquela frase primeira do Papa quando esta manhã se dirigiu aos novos arcebispos: “recebam o pálio como se tivessem uma ovelha sobre seus ombros”. É um tema muito caro a ele: pastoreio, ovelhas, serviço, gratuidade. Eu vim para Roma para receber o pálio mais com as atenções voltadas para uma tradição que já tem uma longa história na Igreja e seria um momento solene, sem dúvida. Mas este tema, o do pálio associado às afeições do pastor por suas ovelhas, se ele fora outrora assim apresentado, eu não estou recordado. Mas volto consciente de que, de agora em diante, aquilo que me incumbia vai ter traços não apenas de administração de uma organização, e sim de pastoreio de um povo. É bem importante ter presente isso senão poderíamos nos fixar nas cúrias, administrando tudo aquilo que a organização demanda. E será preciso ter bem claro que, à toda forma administrativa na Igreja, se antepõe a evangelizadora e pastoral. Levo comigo essa recomendação singela do Papa. E, depois, ao final, quando ele disse: “ensinem a crer, crendo. Ensinem a orar, orando, e testemunhem vivendo”. Parece simples e óbvio este raciocínio, mas esta simplicidade empenha a inteireza da vida. São essas tipicidades de Francisco. Ouvi-lo é uma simpatia. Encontrar-se com ele, nunca se esquece, mas levar a sério sua palavra empenha inteireza da nossa própria existência. É assim o Papa Francisco. (RB)