Em tempo de pandemia, iniciativas da Igreja oferecem conforto por videochamadas e telefonemas

Mesmo com as missas e celebrações suspensas ao público presencial na Arquidiocese de Curitiba, as atividades nas paróquias e comunidades seguem aproximando os fiéis de diversas formas. Além das missas, orações e adorações transmitidas pelas redes sociais, são diversas as iniciativas de aconselhamento espiritual, escuta ou atendimentos mantidos por videochamadas ou mesmo telefonemas.

Reprodução web
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Na Paróquia Universitária Jesus Mestre, situada na PUC-PR em Curitiba, as orientações, os acompanhamentos e a direção espiritual presencialmente dos padres sempre foi frequente. Com a pandemia, automaticamente os padres colocaram-se à disposição para seguir o trabalho por videochamadas nos diversos aplicativos. “A diferença é que agora as pessoas nos buscam para assuntos ligados ao isolamento social. Recentemente fui buscado por um pai que queria conversar sobre a relação com o filho a partir de situações que vieram à tona com o isolamento. Também é um período em que as famílias buscam aconselhamentos e orientações relacionadas ao convívio neste período”, explica o pároco, Padre Luciano Toller. Ele comenta que a secretaria paroquial tem organizado os atendimentos que até aumentaram neste período. A tecnologia deu a ferramenta para seguir com o trabalho.

Missionários de comunidades de vida consagrada também oferecem a acolhida e o conforto pelos meios virtuais neste período. É o caso da Comunidade Shalom de Curitiba, que com a frase “Você não está só!” divulgou números de telefone com whatsapp para deixar à disposição daqueles que estão buscando oração e aconselhamento nestes tempos de pandemia. Três missionários estão atendendo e acolhendo as demandas. Para José Felipe Barbosa Junior, responsável pela Missão em Curitiba, o fato de as pessoas não terem suas vidas sob seu controle total neste momento acaba intensificando nelas a ansiedade e o medo diante das incertezas. Às vezes os atendimentos acontecem também diretamente nas redes sociais da própria comunidade: “O principal do nosso trabalho é a escuta das pessoas. Ouvir o desabafo, aquilo que está no coração delas. A partir daí, se assim desejarem, fazemos uma oração com elas”, afirma José Felipe, completando: “Estamos provando da alegria do Evangelho, pelo qual aprendemos que é melhor dar do que receber”.

Agentes de pastorais também têm se colocado à disposição para servir neste momento. A Paróquia Nossa Senhora da Cabeça conta com um amplo espaço para o serviço de escuta na Paróquia, contando com voluntários formados pelo SOS Família para oferecer apoio e conforto a quem busca. Com as medidas de isolamento para prevenção do coronavírus foi necessário adaptar o atendimento. Foi aí que o pároco teve a ideia de não aguardar, mas sim ligar para as pessoas. Rozana Izabel Gasola, coordenadora do Serviço de Escuta da paróquia passou a ligar de sua casa para as pessoas idosas da igreja e comenta que a experiência tem sido gratificante. Seis voluntários contribuem nesta ação. Rozana conta, sem saber como iniciar o atendimento por estar acostumada com o contato presencial, começou perguntando sobre como está a vida e as conversas fluíram. Em uma das ligações, uma senhora relatou que há um ano não consegue mais andar e sente falta de ir na igreja, pois não tem quem a leve. Rozana se comprometeu a levá-la assim que o isolamento terminar, fazendo a idosa vibrar de alegria do outro lado da linha. “Ganhei meu dia!”, comemora Rozana.