“Gratidão a Dom Amilton e a Dom Francisco”: artigo de Dom Jose Antonio Peruzzo

Nesta semana, no dia 18 de julho, será realizada a posse canônica de Dom Amilton Manoel da Silva, CP, como bispo titular da diocese de Guarapuava. Será às 9h30, na Catedral Nossa Senhora de Belém em Guarapuava, com transmissão pelas redes da diocese de Guarapuava e retransmissão às 18h pela TV Evangelizar.

No dia 1º de agosto será realizada a posse canônica de Dom Francisco Cota de Oliveira, como bispo titular da diocese de Sete Lagoas (MG). Será às 10h na Paróquia Santa Luzia, em Sete Lagoas, com transmissão pelas redes da diocese de Sete Lagoas.


Confira artigo de Dom José Antonio Peruzzo em Gratidão aos bispos pelo período em que estiveram como auxiliares de Curitiba.

Gratidão a Dom Amilton e a Dom Francisco

Dom Amilton e Dom Francisco
Dom Amilton e Dom Francisco – foto: Patryck Madeira

Enquanto me ponho e escrever estas linhas os dois terão já tomado o rumo do seu futuro, estando já em programas de sua posse em Guarapuava e em Sete Lagoas (MG). Foram quase três anos de atuação episcopal em nossa Arquidiocese. O primeiro, Dom Amilton, eu o conheci em um evento religioso em Colombo. Foi na festa de Nossa Senhora do Caravaggio. Impressionou-me sua desenvoltura. Busquei ulteriores informações e apresentei seu nome. Deu certo. Vimos um homem muito talentoso, com grandes disposições e afeições pastorais. Dedicado. Cordial. Muito leal.

O segundo, Dom Francisco Cota, eu não o conhecia. Mas em Roma seu nome fora aprovado para o episcopado. Desde a Nunciatura chegou-me a proposição. Pareceu-me interessante aceitar. O tempo mostrou que o aceite foi um acerto. Profundamente mineiro no estilo, no sotaque, na cordialidade, na simplicidade de vida. Um homem profundamente orante. Também da parte dele, muito leal. Ele não conhecia Curitiba, não conhecia o Paraná. Precisou lidar com as diferenças culturais. Mas quanta humildade para se deixar ensinar e ouvir com profundo respeito. E quanto amor pelos pobres, quanta paixão pelos fracos, pelos menos lembrados.

Foi muito breve a permanência de ambos em nossa Arquidiocese. Menos de três anos. Morávamos no mesmo endereço. Fora de casa eram pastores dedicados. Em casa eram ótimos companheiros de convívio. Foi uma grande delicadeza de Deus tê-los entre nós. Não quero aqui me pôr a elogios de circunstância. Quero sim conferir linguagem escrita ao que é justo acerca destes dois grandes discípulos do Senhor. Quero dizer a todos que temos muitas dívidas de gratidão a estes homens de grande estatura espiritual e pastoral. Nutriam profundo gosto pela evangelização; proximidade aos mais simples; alegria pela missão; transparência nas relações.

Com facilidade se diz que “faltam palavras para expressar o que se pretende manifestar…”. Não gosto destas introduções. Não são as palavras que transbordam ou escasseiam quando queremos nos manifestar em gratidão. Não é uma palavra ou um discurso. Gratidão é um estado pessoal, uma experiência vivida e irradiada. Está ligada ao campo semântico da graça, da gratuidade. Graça é dom, é algo recebido sem merecer. Pode a graça se expressar em encanto, em perdão, em eleição pessoal de alguém para uma missão, em comunicação de amor. Por sua vez, a gratidão é resposta ao encanto manifestado, é reação positiva à gratuidade recebida.

Quem não sabe ser grato jamais será justo; não será nobre; não será capaz de vislumbrar a beleza do outro. A mim, aos padres, aos numerosos agentes de pastoral de nossa Arquidiocese a nossa resposta de gratidão será a melhor linguagem de quem se reconheceu agraciado pela presença destes dois grandes Bispos. Não cabe apenas a recordação feliz. Se gratidão não é apenas um vocábulo, mas uma experiência vivida, toca a nós deixar-nos inspirar por eles. Será muito importante manter vivo o gosto de Dom Amilton pela liturgia e pela comunicação. Não temos o direito, sob pena de infidelidade à missão, de não mantermos viva a paixão de Dom Francisco pelos pobres e marginalizados.

A lista dos seus legados se alongaria. Não é aqui lugar para teorizações. Todavia, eles nos fizeram crescer. Ajudaram nossa Arquidiocese a ser mais parecida com ela mesma, com sua missão. Eles nos ajudaram a perceber que Deus tem encantos por nossa Igreja Particular.

Dom José Antonio Peruzzo