Do luto a sublimação da vida. Confira texto da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora em homenagem Diácono Daniel Rodrigues de Sousa, conhecido por muitos na Arquidiocese de Curitiba e que faleceu em 15 de agosto deste ano.
“Movido pelo ardor missionário, o diácono não se contentava com as demandas internas da paróquia. Queria cruzar a fronteira, sair, ir além”
Que a morte é um evento desestruturante não resta qualquer dúvida. Este é o sentimento daqueles que perdem um ente querido, um amigo ou uma pessoa próxima. Rompem-se relações, mudam-se as referências, abrem-se vazios. Por outro lado, com a morte, o histórico existencial do finado vem à tona e vai se revivendo e revelando nas palavras daqueles que fizeram parte da sua rede de relações, quer seja familiar, social, profissional ou religiosa. Uma vez feito à transferência para o além, a vida do finado se resume naquilo que outros dizem, especialmente os mais próximos. Compreender e aceitar a morte é uma tarefa muito difícil, principalmente quando ela chega de surpresa.
Pois bem, o Diácono Daniel, como era conhecido, faleceu no dia 14 de agosto de 2017 deixando viúva sua esposa Arminda, uma filha, duas netas, uma bisneta e a Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora órfã de um “paizão”, amigo e companheiro de todas as jornadas. Definir a vida e o trabalho pastoral do Diácono Daniel numa única palavra seria difícil, pois sua trajetória inserida na comunidade foi digna de um discípulo de Cristo. Portanto, muitos adjetivos caberiam para qualificá-lo. Pessoa humilde, característica dos servos de Deus foi um grande guerreiro, Jamais “baixou a guarda” e combateu o bom combate. Talvez a palavra que melhor sintetize os quarenta anos de vida dedicados a comunidade, seja aquilo que Jesus espera de todos os batizados: que cada cristão seja um missionário. Exatamente isso, ele foi realmente um grande missionário. Apaixonado pela missão exalava o perfume de Deus por onde passava e contagiava pessoas. Com gestos simples, mas carregados de sentimentos de quem realmente se importa pelo outro, aproximava-se das pessoas sempre com um sorriso meigo, um abraço fraterno e com palavras amigas. Isso está cravado em nossa memória.
Vocacionado para o serviço possivelmente desde o ventre materno, seu maior desejo e alegria foi servir o próximo, ajudar a comunidade e anunciar o Reino de Deus. Movido pelo ardor missionário, não se contentava com as demandas internas da paróquia. Queria cruzar a fronteira, sair, ir além. Se possível chegar na outra margem para socorrer necessitados e desamparados de lá. Aqueles que conviveram mais próximos dele são testemunhas, ele trabalhava incansavelmente em favor dos irmãos com desapego, pois não esperava recompensa alguma. Anunciava o Evangelho com palavras, mas evangelizava principalmente pelo testemunho de Vida. Medido pelas suas atitudes e ações foi um “Christianus alter Christus”, isso era visível no seu relacionamento com a família, com seus amigos, com os doentes, marginalizados, e na comunidade.
Mesmo que um fio da rede de nossas relações tenha se rompido, não choramos sua morte e também não lamentamos sua ausência. Há um vazio físico sim, isso é inegável porque o ser humano é único na Criação, mas o Diácono Daniel Souza estará sempre presente na paróquia Nossa Senhora Auxiliadora subsistindo agora nas boas obras que realizou. No chão do Sitio Cercado tem pegadas fundas dos seus pés e por muito tempo ouviremos o eco de suas palavras nas naves das comunidades chamando o povo para a missão. Descanse em Paz Daniel, receba a coroa da justiça que o Senhor, justo juiz te concede agora. Quanto a nós continuaremos firme na missão e não te desapontaremos. Iluminados pelo seu testemunho continuaremos a fazer as obras do Evangelho e cumprindo nosso ministério.
Homenagem dos paroquianos da Paroquia Nossa Senhora Auxiliadora