O dia 8 de fevereiro é dedicado à memória de Santa Josefina Bakhita, protetora das vítimas do tráfico de pessoas. A Rede Um Grito Pela Vida (CRB), juntamente com a A Rede Talitha Kum, ambas da Igreja Católica, lançaram uma campanha conclamando os fieis para, neste dia, se colocarem em oração pelo combate ao tráfico humano. A data foi instituída como o Dia Mundial de Oração e Reflexão Contra o Tráfico de Pessoas.
As Redes denunciam que nunca em outro momento da história do mundo o tráfico de pessoas foi tão grande, mesmo nas diferentes épocas de escravidão. Segundo os documentos divulgados pelo grupo religioso, há diversas áreas da economia que lucram escravizando ou comercializando pessoas, especialmente a mineração, agricultura, turismo, manufatura, construção civil, trabalho doméstico, prostituição e tráfico de órgãos. Por isso, a partir de orientações e reflexões do Papa Francisco, a campanha propõe que o dia seja dedicado à oração e ao combate ao tráfico de pessoas, com a pergunta instigante: “Que compromisso você pode assumir para ajudar ‘proclamar a liberdade daqueles que são mantidos prisioneiros’?”
“Acendamos uma vela e elevemos a Deus uma oração por todas as vítimas das diversas formas de escravidão no mundo atual”, diz o documento que está sendo distribuído a paróquias e casas religiosas de todo o país. O documento propõe ainda a reflexão sobre a passagem do Evangelho de Lucas, 4: 18-19: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor”.
Santa Josefina Bakhita

Santa Josefina Bakhita nasceu em 1869, no Sudão, e foi escrava. Foi comprada por um cônsul italiano e entregue a uma família de Veneza para ser a babá de um bebê que estava para nascer. A família deixou a babá e a criança em um convento, para viajar à África. No convento das irmãs religiosas de Santa Madalena de Canossa, Josefina Bakhita se encantou pelo Evangelho: foi batizada aos 21 anos e, quando a família voltou da África, preferiu permanecer no convento para ser religiosa. De porteira a bordadeira, assumiu várias atividades como religiosa. Morreu em 8 de fevereiro de 1947. Foi beatificada em 1992 e canonizada no ano 2000, pelo Papa João Paulo II. O dia dedicado à sua memória – e também ao combate ao tráfico de pessoas – é o da data de sua morte.

A “Rede um Grito pela Vida” é uma proposta intercongregacional de enfrentamento ao tráfico de pessoas e de combate às suas consequências, que impedem o desenvolvimento e a dignidade de milhares de pessoas em todo o mundo, inclusive no Brasil. A Rede Talitha Kum é a Rede Internacional da Vida Religiosa contra o tráfico de pessoas, com sede em Roma.
Jornalista Adriane Werner (Mtb 3413), coord. Comunicação Arquidiocese de Curitiba. Contatos: (41) 9 8740 2204