Pe José Airton de Oliveira
Paróquia São Martinho de Lima
Comissão litúrgica da Arquidiocese de Curitiba
Que a paz esteja com todos!
Estamos vivenciando com alegria nosso tempo pascal, em que Cristo, nossa Páscoa, foi imolado. Celebremos, pois, a festa. Em nossa reflexão, vamos meditar sobre a celebração da Quinta-feira Santa, a Missa Crismal e o sentido dos santos óleos.
A antífona neste dia diz: “Cristo Jesus fez de nós um reino e constituiu-nos sacerdotes para Deus seu Pai” (Ap1,6).
Nesse dia, o Arcebispo e seus presbitérios se reúnem na Catedral, onde se celebra a missa que é chamada do Crisma, manifestando a unidade da Igreja particular. Nessa celebração, o bispo e todos os sacerdotes renovam o seu ministério de serviço. Isso acontece porque, segundo a tradição, foi na Quinta-feira Santa que Jesus instituiu a Eucaristia e o Sacerdócio.
Nessa Santa Missa, são abençoados o óleo dos Catecúmenos para o batismo das crianças e adultos e o óleo dos Enfermos, que é levado aos doentes. O Bispo também consagra o óleo do Crisma, que será usado para a celebração do Crisma e nas ordenações de sacerdotes e novos bispos. Após a celebração, esses óleos são levados pelos párocos para suas paróquias e usados na administração dos sacramentos.
O cerimonial dos bispos diz que: “Com o santo Crisma consagrado pelo Bispo, são ungidos os recém-batizados e são marcados com o sinal da cruz os que vão ser confirmados, são ungidas as mãos dos presbíteros e a cabeça dos bispos, bem como a igreja e os altares na sua dedicação. Com o óleo dos catecúmenos, estes preparam-se e dispõem-se para o Batismo. Por fim, com o óleo dos enfermos, estes recebem alivio na doença. Nessa missa os presbíteros se congregam e nela concelebram, uma vez que, na confecção do crisma, são testemunhas e cooperadores de seu bispo, de cujo múnus sagrado participam, na edificação e condução do povo de Deus. Desse modo, se manifesta claramente a unidade do sacerdócio e do sacrifício de Cristo continuado na Igreja”.
Percebemos, então, que a unção do batismo, da crisma e da ordenação sacerdotal conferem ao cristão, que quer dizer ungido, sua característica sacerdotal e seu ministério a serviço do povo sacerdotal. Chamado a servir ao Senhor pela unção do Crisma, presta culto a Deus no cotidiano, oferecendo sacrifícios espirituais através das boas obras. Escolhido para o sacerdócio, serve o povo sacerdotal nas coisas que se referem a Deus.
O Evangelho dá sentido à unção que recebemos: proclamar a libertação, curar os cegos, dar liberdade aos oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor. Jesus diz: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabas de ouvir”. Igualmente pela unção dos santos óleos, que é a efusão do Espírito Santo para o bem da Igreja, realiza-se esta Escritura no hoje da comunidade, através de cada cristão que se une a Cristo pela mesma unção. A Igreja se une a Cristo pela unção, partilha de sua Paixão e Morte e chega à Ressurreição com ele.