Padres avaliam positivamente o “Encontro Regional de Presbíteros” do Paraná

Desde a segunda-feira, 22 de agosto, até a próxima sexta, dia 26 de agosto, um grupo de cerca de 170 padres, de várias dioceses do Paraná, estão participando do “Encontro Regional de Presbíteros”, em Umuarama (PR). Assessorado pelo bispo de Rio Grande (RS), dom Ricardo Hoepers, o encontro tem por tema: “Perspectivas para o presbítero na sociedade do cansaço”.

O tema foi abordado por dom Ricardo em 7 conferencias. O bispo, a partir de sua experiência, utilizou a teoria do filósofo sul-coreano, Byung-Chul Han, e do profeta Elias, para analisar a realidade atual e apresentar aos padres perspectivas para o exercício do ministério e a vivencia da própria vocação.

O encontro é promovido, anualmente, pela Comissão Regional de Presbíteros do Paraná (CRP), que convoca os padres coordenadores diocesanos da Pastoral Presbiteral e abre para mais dez padres de cada diocese. Em 2020, devido à pandemia da Covid-19, o encontro não aconteceu e, em 2021, aconteceu na modalidade on-line. Sendo assim, constitui um momento de alegria para os padres, poderem se reencontrar após dois anos distantes.

Além da temática de estudo, os padres tiveram momentos de oração, fraternidade, partilhas e confraternização. Na noite de quarta-feira, 24 de agosto, todos participaram de uma missa na catedral Divino Espírito Santo, de Umuarama (PR), com a presidência do bispo diocesano, dom João Mamede Filho.

Para o presidente da Comissão Regional de Presbíteros do Paraná, padre Emerson Lipinski, este está sendo o melhor “Encontro Regional de Presbíteros” de todos os tempos. “Os presbíteros estavam ansiosos pelo reencontro, depois de muito tempo confinados pela pandemia. Havia um desejo de reencontro, de rever os amigos, fortalecer a fraternidade presbiteral, o diálogo, a partilha, a troca de experiências”, disse padre Emerson.

Sobre a abordagem do tema, padre Emerson destacou que dom Ricardo foi muito feliz ao fazer a análise de conjuntura a partir do filósofo sul-coreano: Byung-Chul Han. “Nós, presbíteros, estamos inseridos na sociedade do esgotamento, da performance, do cansaço. Dom Ricardo foi muito feliz ao propor como caminho, como perspectiva, a espiritualidade. Somos homens que estamos fazendo muito, mas precisamos integrar o nosso ser presbiteral as nossas inúmeras atividades. Integrar a partir da espiritualidade”, relatou padre Emerson.

Avaliação de alguns padres que participaram do encontro

Padre Marcos

Para o padre Marcos Antonio de Oliveira, coordenador da Pastoral Presbiteral da diocese de Umuarama, o encontro foi um espaço para crescer na união e na fraternidade. “Uma palavra que destaco desse encontro é a “acolhida”. Buscamos acolher bem os nossos presbíteros do regional, preparar bem esse encontro, porque acolher bem é evangelizar. A misericórdia começa com a acolhida e a escuta. Para nós de Umuarama foi uma alegria acolher os presbíteros e esse foi o ponto de partida do encontro”, destacou padre Marcos.

Padre Rodrigo Ribas

O padre Rodrigo Ribas, da diocese de Ponta Grossa, participa pela primeira vez do encontro e destacou que as abordagens conduzidas por Dom Ricardo foram de grande valia para avaliar a própria caminhada pessoal como padre. “Estou caminhando para o terceiro ano de ministério e, às vezes, a tendência é querer ‘abraçar o mundo’. As reflexões aqui me chamaram a atenção para perceber que a pessoa do padre não é um super-herói. Foi formado e capacitado para estar no meio do povo, ouvindo, acolhendo e ajudando as pessoas. Contudo, para que isso aconteça, preciso primeiro cuidar de mim. Só serei capaz de ajudar, se me ajudar primeiro. Minha avaliação do encontro é positiva. Além disso, estar com os demais padres me fortalece, as partilhas são muito produtivas e, da fraternidade, nascem novas amizades”, relatou padre Rodrigo.

Padre Vinícius

Padre Vinícius Alves Martins, da Arquidiocese de Maringá, completa, no próximo mês, dois anos de sacerdócio, e destaca que o encontro vai contribuir na sua formação. “É o primeiro encontro que participo. A experiência que levo para meu ministério é a possibilidade de poder encontrar entre os padres caminhos de contribuição para minha formação pastoral e espiritual. O que mais me marcou foi o peso que carregamos em nós nessa atual sociedade, que exige respostas rápidas de tudo e para todos. O ativismo pastoral pode ser um perigo ao nosso ministério. O cultivo da espiritualidade permite-nos, aos pés do Senhor, discernir os tempos atuais e dar respostas concretas para que o padre não seja visto como apenas um funcionário da Igreja, mas como um irmão que caminha ao lado do seu povo, conduzindo-os ao Reino de Deus”, disse padre Vinicius.

Padre Luiz

Padre Luiz Antonio Faversani, da diocese de Cornélio Procópio, também participa pela primeira vez de um “Encontro Regional de Presbíteros” e destaca que é uma experiência rica, válida e muito profunda. “Destaco que este tema é extremamente atual e urgente, necessário para a reflexão de toda sociedade e, certamente, da vida dos presbíteros. Compreender, vivenciar e encontrar perspectivas para superar certos desafios que surgem diante da sociedade do cansaço é algo necessário e fundamental de ser refletido e tematizado na nossa vivencia ministerial. Destaco também a organização do encontro, os momentos de espiritualidade e convivência tem sido fecundos e bastante ricos para vivencia dos presbíteros. Tem sido uma experiência de aprendizado, de partilha e de fraternidade presbiteral, proposto pelo nosso regional”, disse padre Luiz.

Padre João Francisco

Participando pela segunda vez de um encontro regional, padre João Francisco Siecklicki, da diocese de União da Vitória, destacou que o tema refletido atualiza no contexto da sociedade atual, que atinge também o presbítero. “Apesar de ser um chamado de Deus, um chamado para a alegria, dependendo da forma como enfrentamos os desafios e os problemas da sociedade atual, podemos nos cansar. Esse encontro é importante porque nos atualiza e, dessa forma, também nos renova. Percebo que o encontro foi muito positivo e trouxe novas perspectivas para o trabalho pastoral na paróquia”, disse padre João.

Padre Paulo

Para o padre Paulo Martins, da diocese de Paranavaí, que sempre participa desses encontros, a experiência foi muito positiva. “O clima fraterno de amizade entre os presbíteros foi fundamental para que esse encontro pudesse alcançar o seu objetivo. Eu, realmente, estou muito contente e saio daqui revigorado para voltar a minha diocese e desempenhar os trabalhos pastorais”.

Padre Teixeira

Padre Marcos Antônio Teixeira, da diocese de Apucarana, afirmou que um encontro como esse é uma experiência extremamente edificante. “O encontro faz bem pelo conteúdo que foi discutido, pela temática aprofundada, pelo encontro com os colegas de todo estado. A proximidade que se estreita, a amizade que se reforça, o fato de rezar juntos, celebrar juntos a eucarística, fazer a refeição juntos, são coisas que fazem bem. A principal luz que o tema me trouxe foi a necessidade de tomarmos consciência de que corremos o risco de sermos engolidos por uma estrutura de ativismo que, infelizmente, vai tirando a nossa liberdade, nossa possibilidade de pararmos para refletirmos mais profundamente naquilo que fazemos. Corremos o risco de nos tornar meros profissionais do sagrado, em fazermos as coisas sem entusiasmo, sem criatividade, sem dinamismo, sem amor, sem alegria. Percebi que são necessários momentos de parada para restaurarmos as nossas energias, as nossas forças e a capacidade de oferecermos o que temos de melhor, afirmou padre Teixeira.

Padre Juarez

Para o padre Juarez Rangel, da Arquidiocese de Curitiba, foi um encontro em que os padres de todo Paraná falaram a mesma língua. “Rezamos juntos diante de uma temática que é bastante desafiadora, de que hoje nós estamos um tanto cansados. O tema é atual e nos foram apresentadas propostas. No momento da partilha, a gente acaba descobrindo que o nosso cansaço e o nosso desafio é semelhante ao desafio que o outro tem. Aquilo que nos assola, está assolando o nosso próximo como sacerdote. Essa linguagem comum nos ajuda a nos identificar e não somente estar fazendo coisas, mas sendo presbíteros. São vários itens que nos reafirmam no ministério. É uma grande oportunidade poder participar do encontro regional. Ajuda no convívio, na fé e na maturidade do presbítero”, disse padre Juarez.

Padre Marco Aurélio Soares da Costa, da diocese de Guarapuava, também avaliou positivamente o encontro: “A grande luz desse encontro é poder olhar e perceber aquilo que nos move na vocação: Jesus Cristo. Ajudou a perceber que, cada vez mais, precisamos buscar o equilíbrio para a evangelização. Foi gratificante a convivência, conhecer a experiência dos amigos e os conteúdos apresentados. Tudo isso junto a acolhida e toda estrutura da casa”.

Nesta quinta-feira, 25 de agosto, os padres tiveram um momento de retiro, conduzido pelo arcebispo de Curitiba, dom José Antonio Peruzzo. No final do dia tiveram um momento de confraternização. O encontro encerra amanhã, 26 de agosto, com a missa no início da manhã, presidida pelo bispo emérito de Umuarama, dom José Maria Maimone.

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Por

Karina de Carvalho

Assessora de Comunicação da CNBB Sul 2