Não é de se estranhar que Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo seja o filme mais comentado dos últimos dias. Além de ter levado sete Oscars para a casa, ele se tornou o filme mais premiado de todos os tempos. O que esse filme tem de tão especial?
Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo conta a história de Evelyn, imigrante chinesa, proprietária de uma lavanderia nos EUA, junto ao seu marido Waymond, sua filha Joy e seu pai. Com a família em crise e a lavanderia passando por dificuldades com a Receita, a história começa a se desenvolver quando, por problemas com o imposto, Evelyn e Waymound se encontram com Deirdre, na própria Receita para corrigir suas fraudes. Nesse momento, Evelyn tem contato com o “Waymound Alfa” e descobre a existência de um multiverso ameaçado por uma vilã, chamada Jobu Tupaki, e descobre que ela é peça central para salvar o multiverso.
Com uma energia caótica, cheia de comédia e ação, o filme passa por grandes dramas e questionamentos sobre a vida familiar: Evelyn que vive uma vida de fracassos e não se considera suficiente em nada; Waymond que não consegue assumir suas vontades e nem conversar com sua esposa; uma filha carregada de problemas em todos os universos que o filme propõe, etc. Em meio a toda confusão e agitação do filme, o grande destaque fica para esses questionamentos pessoais.
Ainda que pareça confuso no início, nós telespectadores acabamos entendo a ideia de que cada escolha da nossa vida abre um novo universo, como uma “vida paralela”. Conhecendo essas novas versões de sua vida, Evelyn compreende que não se pode fugir de seu destino, que cada fracasso que passou ajudou a criar a sua melhor versão e que a gentileza é o melhor remédio para não viver uma vida de vazio existencial. A vida pode ser vista como um grande vazio onde nada importa, ou podemos enxergar que cada pequeno momento de nossa vida é importante e a faz valer a pena.
São José fez valer a pena
Nessa semana em que celebramos São José, podemos entender a história desse grande Santo como a sua melhor escolha. A Palavra de Deus apresenta São José como homem justo e fiel. Um jovem carpinteiro, prometido em casamento a Maria. Imaginemos quantas situações e planos José não criava com sua futura esposa, pensando em sua casa, seus futuros filhos, com a sua profissão… Entretanto, Deus propôs uma nova missão a ele. E fiel ao chamado de Deus, São José diz o seu sim. Não pensou no que deixava para trás e nos desafios que a missão lhe imporia. Entre todos os “universos possíveis” na vida daquele jovem sonhador, José escolheu seguir a voz de Deus.
Com certeza, a missão que Deus lhe entregara era cheia de dificuldades, mas o Anjo do Senhor lhe havia dito “não tenha medo” e ele foi fiel até o fim. Também nós, possuímos uma vida cheia de possibilidades. Assim como no filme, temos o direito de escolha, e cada escolha que fizermos vai nos abrir um leque imenso de desafios e talvez até alguns fracassos. Mas se aprendermos, como São José, ouvir a voz de Deus, sermos justos e fiéis à Palavra de Deus, o Pai de Misericórdia vai nos conduzir sempre pelo caminho da felicidade.
Aprendamos a ver nossa vida com o olhar de gratidão; descobrir em cada pequeno detalhe a Mão de Deus a nos guiar. Aprendamos a colocar cada passo da nossa vida nas mãos de Deus e saber que Ele vai tornar nossa caminhada a melhor versão possível. Confiemos em Deus, o Artista que escreve nossa história escolhendo sempre o melhor de todos os universos.
Deus os abençoe!
Pe. Tiago Felipe Polonha – Arquidiocese de Curitiba
