Pensando na Vida

O mês de novembro começa com o Dia de Todos os Santos, aqueles que em muitas ocasiões “morreram para si” a fim de “viver pelo próximo”, a exemplo de Jesus Cristo, que como disse São Pedro “suportou nossos pecados no seu corpo” e ainda “morreu em uma morte humilhante na Cruz” como afirmou São Paulo.

Já em seguida ao Dia de todos os Santos, a Igreja celebra os Falecidos, com o Dia de Finados (2 de novembro). Convém orar pelos mortos e procurar ver o que esta grande certeza da vida nos quer dizer. A exemplo de São Francisco de Assis é interessante acolher a “irmã morte”.

Uma vez que somos cristãos, meditemos com a Liturgia da Missa para os Defuntos: “Aqueles a quem a certeza da morte entristece, a esperança da imortalidade consola, e desfeito o nosso corpo mortal nos é dado no céu um corpo imperecível…”

Um monge chamado Anselm Grun, escreveu alguns pensamentos sobre a felicidade, no qual faz uma distinção entre LUZ e TREVA, dizendo que “pelo luto e pela dor da despedida, posso descobrir algo novo em mim e chegar a um estado que posso reescrever com felicidade.”

Pois bem, a dor e o sofrimento, a luz e a escuridão, a alegria e a tristeza, a saúde e a doença formam um jogo de opostos que por sua vez fazem parte da vida. Até a morte faz parte da vida, pois é uma grande certeza que permeia a existência .

O grande desafio para o ser humano é reconciliar-se com os opostos, com as dualidades presentes na vida. Para isso é necessário um diálogo consigo mesmo, que proporcione examinar os próprios temores.

Todo mundo tem um certo medo de morrer, mas isto não precisa transformar-se em algo avassalador. Até porque o receio, o medo da morte, pode ajudar na tomada de consciência de que “ninguém fica para semente” como afirma o jargão popular. Continuando com Anselm Grun: “Quando examino a fundo meu medo, quando o permito, posso no meio do medo sentir profunda paz. O medo vira serenidade, liberdade e paz.”

Dizia João Paulo II: “Sigamos para frente, sem medo”. É isso que precisa ser feito! Não convém abater-se pelos temores, pois isto impede a pessoa de saborear a felicidade. O segredo da felicidade está em perscrutar o próprio ser, ir ao fundo da alma e depois encontrar a tranqüilidade.

Não nos esqueçamos de orar pelos eleitos para cargos públicos através do nosso voto. Que todos realmente sejam promotores de vida, com justiça, solidariedade e fraternidade.

Que neste mês de novembro cada cristão possa aprender com a morte a renovar a vida. Vida esta transformada pela Ressurreição de Cristo. Dirijamo-nos a Nossa Senhora do Rocio, a Padroeira do Paraná, como uma presença marcante durante todo este mês, preparando os corações para o Natal de seu filho, para o Nascimento, para a Vida.

Salve Maria!

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Por
Padre Fabiano Dias Pinto
Reitor do Seminário Rainha dos Apóstolos
Assessor Eclesiástico do Movimento das Capelinhas