Renascimento, tempo de perdão e união familiar

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Quando se pensa que já se viu tudo, eis que surge aquela novidade, que deixa boquiabertos, surpresos, estupefatos até os mais liberais e que têm uma visão e postura relativistas.

A mídia, de uma forma geral, traz notícias e destaques que mostram a parte negativa, as sombras, o lado podre da humanidade. A impressão que fica é que para ter audiência ou vender jornal e/ou revista é necessário dar destaque para a podridão e outras coisas negativas e chocantes.

Então, não existe o lado bom, luminoso, satisfatório, alegre? É claro que existe e, em especial para os cristãos. CRISTÃOS com letras maiúsculas. Que de fato vivem o seu batismo e sua fé, pois como diz o Papa Francisco: “A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Com ele, a alegria renasce sem cessar” (cf. EG, n. 1), pois “todos os cristãos, em qualquer lugar e situação que se encontrem, estão convidados a renovar hoje mesmo o seu encontro pessoal com Jesus Cristo ou, pelo menos, a tomar a decisão de se deixar encontrar por ele, de procurá-lo dia a dia, sem cessar. Não há motivo para alguém pensar que esse convite não lhe diz respeito, já que ‘da alegria trazida pelo Senhor ninguém é excluído’” (cf. EG n. 3). “Alegre-se o coração dos que buscam o Senhor!” (Sl 105,3)

Alegria, que de acordo com o dicionário é um estado de satisfação extrema; sentimento de contentamento ou de prazer excessivo; a condição de satisfação da pessoa que está contente (alegre).

A alegria é a atitude que deve estar presente no dia a dia da vida cristã. Essa alegria que deve se expandir e contagiar é a palavra que resume a festa da Páscoa. Neste tempo pascal, ela recebe atenção especial, principalmente nos momentos celebrativos. Sem esquecer que é preciso viver as virtudes humanas para que se possa ter uma vida moralmente boa com mais facilidade, domínio e alegria.

Diz o Papa Francisco que no matrimônio, convém cuidar da alegria do amor e que a alegria expande a capacidade de desfrutar e permite-nos encontrar prazer em realidades variadas, mesmo nas fases da vida em que o prazer se apaga. (cf. AL, n. 126).

Isso nos lembra o ambiente da família, em que é preciso aprofundar a vivência do amor e do perdão. Em 2015 o Papa Francisco disse algo muito importante sobre a o perdão na família: “Não existe família perfeita! Não temos pais perfeitos, não somos perfeitos, não nos casamos com uma pessoa perfeita nem temos filhos perfeitos. Temos queixas uns dos outros. Decepcionamos uns aos outros. Por isso, não há casamento saudável nem família saudável sem o exercício do perdão. O perdão é vital para nossa saúde emocional e sobrevivência espiritual. Sem perdão a família se torna uma arena de conflitos e um reduto de mágoas. Sem perdão a família adoece. O perdão é a assepsia da alma, a faxina da mente e a alforria do coração. Quem não perdoa não tem paz na alma nem comunhão com Deus. A mágoa é um veneno que intoxica e mata. Guardar mágoa no coração é um gesto autodestrutivo. É autofagia. Quem não perdoa adoece física, emocional e espiritualmente. É por isso que a família precisa ser lugar de vida e não de morte; território de cura e não de adoecimento; palco de perdão e não de culpa. O perdão traz alegria onde a mágoa produziu tristeza; cura, onde a mágoa causou doença”.

Portanto, impregnados do espírito pascal, que vive de uma forma particular sete semanas começando neste mês de abril, mas que deve perdurar e renovar-se a cada dia, o ano inteiro, façamos nossa a afirmação de que: “toda a vida da família é um ‘pastoreio’ misericordioso. Cada um, cuidadosamente, desenha e escreve na vida do outro: ‘Vós é que sois a nossa carta, escrita em nossos corações (…) não com tinta, mas com o Espírito de Deus vivo’ (2Cor 3, 2-3). Cada um é um ‘pescador de homens’ (Lc 5, 10) que, em nome de Jesus, lança as redes (cf. Lc 5, 5) para os outros, ou um lavrador que trabalha nesta terra fresca que são os seus entes queridos, incentivando o melhor deles. A fecundidade matrimonial implica prover, porque ‘amar uma pessoa é esperar dela algo indefinível e imprevisível; e é, ao mesmo tempo, proporcionar-lhe de alguma forma o meios para satisfazer tal expectativa’” (AL, n. 322).

Assim fazendo, “alegrai-vos porque os vossos nomes estão inscritos nos céus” (cf. Lc 10, 20).

Diácono Juares Celso Krum