No próximo dia 22 de agosto, o Seminário Rainha dos Apóstolos celebra 65 anos de existência. Para marcar as comemorações, haverá um almoço no domingo (21), seguido do festival de prêmios e tarde do pastel. Os convites para o almoço, com cardápio italiano, estão sendo vendidos a R$40,00 por pessoa e podem ser adquiridos através do telefone (41) 3243-5276.
Nesses 65 anos de história, quase 1.000 seminaristas já passaram por lá. Desses, muitos foram ordenados sacerdotes e alguns foram eleitos bispos, como é o caso do atual arcebispo metropolitano de Curitiba, dom José Antonio Peruzzo. Confira a bonita história do seminário contada pelo reitor padre Fabiano Dias Pinto:
A Igreja Católica preocupa-se com a formação daqueles que, como sacerdotes, continuam a obra de Jesus Cristo no mundo. Por isso é que existem os Seminários.
No catolicismo, os chamados “Documentos da Igreja” expressam as verdades de fé presentes na denominada “Tradição Apostólica”, contendo os ensinamentos dos Santos Pastores, sobretudo os Papas ao longo dos séculos. O Concílio Vaticano II (1962-1965) chamou atenção para que a Igreja pudesse “dialogar melhor com o mundo contemporâneo”. Movidos pelo Espírito Santo, os pastores da Igreja assim se expressaram:
“Os Seminários maiores são necessários para a formação sacerdotal. Neles, a educação dos alunos deve tender a que, a exemplo de Nosso Senhor Jesus Cristo, mestre, sacerdote e pastor, se formem verdadeiramente pastores de almas. Preparem-se, pois, para o ministério da palavra: para que a palavra de Deus revelada seja por eles cada vez melhor entendida, a possuam pela meditação e a manifestem por palavras e costumes. Preparem-se para o ministério do culto e santificação: para que, pela oração e exercício das sagradas funções litúrgicas, exerçam a obra da salvação através do sacrifício eucarístico e dos sacramentos. Preparem-se para o ministério de pastores: para que saibam representar aos homens Cristo que ‘não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida pela redenção de muitos’ (Mc. 10,45; cfr. Jo. 13, 12-17) e para que, feitos escravos de todos, ganhem a muitos (cfr. 1 Cor: 9,19)” (Optatam Totius, n. 4).
O Primeiro Bispo de Curitiba, dom José de Camargo Barros, assim disse quando de sua chegada à nossa cidade: “Para a vitalidade de uma Diocese o essencial é um bom Seminário”. Por isso, fundou o Seminário São José aos 19 de março de 1896. Esta Casa de Formação englobou por décadas todas as Fases Formativas. Que o diga o genial Dom Jerônimo Mazzarotto, que estudou tão somente no Seminário São José de Curitiba, sendo entre tantos feitos o fundador da Pontifícia Universidade Católica do Paraná e o construtor da célebre Igreja de Santa Teresinha do Batel.
Em meados do século XX, houve exigências da Santa Sé para que houvesse os chamados “grandes Seminários Centrais”, ao invés de Seminários com todas as fases formativas em cada Diocese. Com isso, os vocacionados de Curitiba foram estudar em São Leopoldo (Rio Grande do Sul), Mariana (Minas Gerais), Pontifício Colégio Pio Brasileiro (Roma) e um grande número no Seminário Central do Ipiranga (São Paulo).
Na década de 50, dom Manuel da Silveira D’Elboux, ao ver que havia dificuldades para o envio dos seus seminaristas para lugares mais longínquos, resolveu abrir um Seminário Maior Provincial no Paraná, servindo também as Dioceses de Santa Catarina. Desse modo, depois de conversar com o seu clero, a quem pediu que indicassem um “Padroeiro” para o Seminário, inaugurou aos 22 de agosto de 1957 o Seminário Maior Provincial Rainha dos Apóstolos. Este nome foi sugestão do então Padre Antônio Agostinho Marochi (Depois Bispo de Presidente Prudente-SP). O Seminário ainda recebeu um Padroeiro Secundário, São Pio X, que fora sugestão do então Padre Pedro Fedalto (Hoje Arcebispo Emérito de Curitiba, com 96 anos de idade).
No princípio, os Cursos de Filosofia e Teologia funcionavam no próprio Seminário. Com o passar do tempo, com a criação de outros Seminários no Paraná e Santa Catarina, os seminaristas foram estudar em Institutos Externos, como é o caso da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e Faculdade São Basílio Magno (FASBAM) para a Filosofia e o Studium Theologicum dos Padres Claretianos para os de Teologia.
Atualmente, o Seminário Rainha dos Apóstolos está adequado à Ratio Seminariorum de 2016, que é o Documento do Papa Francisco que norteia a Formação dos Padres. Distingue-se assim como a Casa de Formação Personalizada dos seminaristas residentes na Fase de Configuração, que cursam Teologia. É também o local de referencia dos seminaristas não residentes na Fase de Síntese (que concluíram o curso teológico e estão no Ano Missionário em uma Diocese Amazônica ou do Norte do Brasil, ou ainda, conforme o caso, no Estágio Paroquial local para realizar Ano de Síntese). Esta nova impostação do Processo Formativo está em consonância com as diretivas do Papa Francisco, priorizando cada vocacionado e o trabalho personalizado. Não basta cumprir disciplinas em âmbito acadêmico para ser presbítero. As Fases Formativas implicam ainda as Dimensões presentes na formação dos novos padres: humanoafetiva, intelectual, espiritual, pastoral-comunitária e missionária.
Gratidão em orações de louvor e Ação de Graças a todas as Pastorais, Movimentos, Organismos, Associações, Paróquias, Religiosos e Religiosas, bem como as comunidades presentes no Seminário Rainha os Apóstolos desde a sua Fundação, seja por meio das orações, seja por meio das doações materiais ou de seu precioso tempo.
Recordamos diante da Rainha dos Apóstolos o incansável trabalho de todos os formadores, funcionários, benfeitores e cooperadores, destacando-se as Irmãs Franciscanas da Sagrada Família de Maria.
Que a Rainha dos Apóstolos abençoe e recompense cada um, em especial pelo fato de terem passado por esta Casa de Formação 991 seminaristas. Entre estes ordenaram-se 399 padres, dos quais foram foram eleitos 18 bispos, destacando-se o Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo-SP, formando entre 1972 e 1976 ; o Cardeal Dom João Braz de Aviz, Prefeito do Dicastério para os Religiosos- Roma, formando entre 1965 a 1967; e até mesmo o próprio arcebispo metropolitano de Curitiba, Dom José Antonio Peruzzo, formando entre 1979 e 1985 .
Venham comemorar conosco os 65 anos do Seminário Rainha dos Apóstolos!
Padre Fabiano Dias Pinto – Reitor
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Por
Setor de Comunicação da Arquidiocese de Curitiba