Numa realização da Comissão de Diálogo Bilateral Católico-Luterano, da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e Diálogo Inter-Religioso da CNBB e do Núcleo Ecumênico e Inter-religioso e PUCPR, aconteceu nos dias 1, 2 e 3 de setembro, em Curitiba, um Simpósio Ecumênico Mariológico, que reuniu Bispos, Padres, Pastores, Leigos e estudantes de Teologia de diversas partes do Brasil. Duas datas motivaram a realização do evento: os 500 anos da Reforma Protestante e os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida, nas águas do rio Paraíba do Sul.
O tema principal que fundamentou as conferências do Simpósio foi o comentário de Martinho Lutero sobre o Magnificat. Segundo Dom Francisco Biasin, Bispo de Volta Redonda (RJ) e Presidente da Comissão Episcopal para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso, foi possível “encontrar pontos em comum muito bonitos e fundamentados, sobretudo, na Bíblia, que podem nos ajudar a crescer na unidade entre as duas Igrejas”.
O primeiro dia do Simpósio aconteceu no auditório Thomas Morus da PUCPR, e teve duas conferências: “Apresentação da Documento: Do Conflito à Comunhão”, assessorado pelo Pastor Leandro Hofstatter e pelo Pe. Erico Hammes; e “Há 500 anos da Reforma, o que Lutero tem a nos dizer, hoje?”, assessorado pelo padre alemão, Hubertus Blaumeiser, que veio da Europa especialmente para o simpósio. A palestra de Blaumeiser foi muito apreciada, pois ele, vindo de Roma, sendo católico, perito em Lutero e fazendo parte do Movimento dos Focolares, que no mundo inteiro promove a unidade entre os cristãos, expôs de maneira clara e atraente pontos do pensamento de Lutero que são atuais e renovadores, como também fez uma síntese sobre o ponto atual do diálogo entre católicos e luteranos, evidenciando o maravilhoso caminho que tem se desenvolvido ultimamente.
No sábado (02), o evento aconteceu no Instituto Salete e teve mais três conferências: “A Espiritualidade Luterana da Cruz”; “A Teologia de Lutero sobre Maria a partir do seu Comentário ao Magnificat”, na abordagem luterana e na abordagem católica.
No domingo (03), foi o momento de católicos e luteranos celebrarem juntos a sua fé em Cristo e concluírem pensando em ações Ecumênicas para o futuro. Para o pastor Yedo Brandenburg, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, a credibilidade da Igreja depende de cada um de nós: “Depende do nosso testemunho, do nosso caminhar de mãos dadas, do respeito à alteridade e isso está ocorrendo. Claro que não buscamos uma unidade institucional, mas sim uma diversidade reconciliada a partir da Cruz de Cristo”.
No clima de fraternidade e unidade veio em evidência que os luteranos reconhecem Maria como a Mãe de Deus, segundo a ótica bíblica e a amam. Como também os católicos reconhecem que precisam mudar seu olhar para com Martin Lutero, o reformador.
O enfoque de ambas as partes se dá naquilo que os une e não naquilo que os divide.
Fonte: CNBB Regional Sul 2