Essa obra de Poty Lazzarotto, de 1962, fica no Cemitério Municipal do Água Verde, em Curitiba.
Localizado no jazigo da família Lazzarotto, o mural possui a utilização de duas técnicas distintas baseadas em diferentes temáticas. São Francisco – nome da obra – é o tema central e está registrado na lajota cerâmica. Enquanto isso, as oito gavetas em concreto aparente são simbolizadas pelos santos Jorge, Ana, Cosme, Damião, Pedro, Verônica, Francisco e Benedito.
O trabalho de Poty Lazzarotto também inclui dois painéis horizontais na parte superior. No primeiro, São Francisco é retratado morto em toda a extensão do retângulo. Destaque para detalhes como os pés juntos, as mãos sobre o peito e a cabeça pendendo para um dos lados. Já no segundo, o artista curitibano simboliza São Francisco como protetor dos animais com a representação de aves e peixes.
O restante dos painéis – localizados recuados na parte inferior – também possui temas relacionados a São Francisco. Assim como na obra superior, um dos painéis também retrata, por exemplo, a proteção animal. Desta vez, a imagem é simbolizada pela pomba que o santo segura.
O trabalho de Poty fica no Cemitério Municipal do Água Verde, local em que está sepultado o corpo do artista curitibano e seus familiares. A entrada principal é pela Av. Água Verde, no bairro homônimo.
Biografia
Poty Lazzarotto (Curitiba, 1924 – 1998)
Gravador, desenhista, ilustrador, muralista e professor.
Napoleon Potyguara Lazzarotto mudou-se para o Rio de Janeiro em 1942 e estudou pintura na Escola Nacional de Belas Artes (Enba). Freqüenta curso de gravura com Carlos Oswald (1882-1971) no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro. Em 1946, viaja para Paris, onde permanece por um ano. Estuda litografia na École Supérieure des Beaux-Arts, com bolsa do governo francês. Em 1950, funda, juntamente com Flávio Motta (1916), a Escola Livre de Artes Plásticas, na qual leciona desenho e gravura. Nessa época organiza o primeiro curso de gravura do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp). Organiza, ao longo da década de 1950, cursos sobre gravura em Curitiba, Salvador e Recife. Desde os anos 1960 tem destaque como muralista, com diversas obras em edifícios públicos e particulares no país e no exterior. Tem relevante atuação como ilustrador de obras literárias como as de Jorge Amado, Graciliano Ramos, Euclides da Cunha e Dalton Trevisan, entre outros. É autor dos livros A Propósito de Figurinhas, de 1986, e Curitiba, de Nós, de 1989, em parceria com Valêncio Xavier Niculitcheff. Executa diversos murais, como o da Casa do Brasil, em Paris, 1950, e o painel para o Memorial da América Latina, São Paulo, 1988. A partir dos anos 1980 são lançadas várias publicações sobre sua produção, entre elas: Poty Ilustrador, de Antônio Houaiss (1915-1999), em 1988; Poty: Trilhos, Trilhas e Traços, de Valêncio Xavier Niculitcheff, em 1994, e Poty: o lirismo dos anos 90, de Regina Casillo, em 2000.