“O monge já sorri no céu!” – Pe. Fabiano Dias Pinto

Não à toa, o primeiro escrito dele que eu li foi: “A Alegria que vem da trapa”. Eis uma virtude deste homem de Deus: LAETITIA!

Conheci Dom Bernardo nos tempos de seminarista de Filosofia, por intermédio do irmão de turma, Pe Emerson Lipinski, à época já frequentador assíduo do Mosteiro de Novo Mundo, em Campo do Tenente. Não obstante, já eu gostasse de ir lá, especialmente por influência do habitante das vizinhanças, o meu tio Lisandro Pinto, também de saudosa memória. Ao tirar a Carteira de Motorista, já com 18 anos, uma de minhas primeiras andanças foi pegar a estrada para o Mosteiro…

Fato é que me tornei amigo de Dom Bernardo, e sem dúvida foi ele um grande INFLUENCER em minha vida. Até mesmo me passou pela cabeça deixar o Seminário e seguir a vida monástica. Contudo, rezando e buscando ver a vontade de Deus ali mesmo, na Abadia de Novo Mundo, resolvi prosseguir como Padre Diocesano na Arquidiocese de Curitiba: UNUSQUISQUE ABUNDAT IN SENSO SUO! – “Cada um abunda em seu próprio sentido”

Todos os Retiros Importantes de minha caminhada foram em Campo do Tenente: antes de ir para a Teologia, preparando os Primeiros Ministérios, rumo ao Diaconato e muitos outros. Mas, especialmente aquele anterior à Ordenação Presbiteral, para o qual Dom Bernardo pediu que o experiente monge Padre Lázaro me acompanhasse por uma semana. Deus seja louvado! Tanto teria para contar, especialmente de suas passagens por Curitiba, suas pregações e visitas no Seminário São José ou no Seminário Maior Teológico Rainha dos Apóstolos. Quanto nos edificou com suas Palestras Formativas e Retiros de valor incomensurável!

Recordo os fatos pitorescos de quando eu fazia churrascos no Seminário ou do dia no qual o levei ao Restaurante em Santa Felicidade e disse: “vamos tomar uma cachacinha antes? Ora pois, a dieta cenobítica é somente no Mosteiro… Uma inculturação gastronômica não faz mal a ninguém”… E ele dizia: “se é o canonista, o homem da lei que diz, então vamos lá, mas sem ‘exagêrros’, hein!”. E humildemente completava: “antes era eu quem lhe dava conselhos, agora venho pedir sua assessoria canônica e gastronômica”. Guardo em minha memória as expressões do monge sorridente, Bernardo Bonowitz, OCSO. Como ele gostava de quando eu o imitava com seu característico sotaque “amerricano”, das “tiradas” e das frases e piadas em latim. Isso sem falar das histórias com Dom Pedro Fedalto e com Dom Peruzzo.

Saudades ficam de sua marcante presença e sinceras gargalhadas, como de um menino inocente, embora revestido de um sacerdócio experiente. Inúmeras vezes conversamos e quantas foram as ocasiões em que me ouviu e aconselhou, orientando e absolvendo pecados no sacramento da confissão. Deus lhe pague por ser sinal de Jesus Misericordioso! Dom Bernardo, mais um de meus mestres que retorna para a Casa do Pai…

Minha gratidão eterna pela oportunidade da recíproca amizade sincera e seu testemunho de fidelidade a Deus, a Igreja e aos entes queridos.
Agora, da Glória Feliz da Eternidade, rogue para que possamos seguir os rastros de sua passagem por este mundo, imitando seu Seguimento a Jesus Cristo, enquanto confiamos em mais um intercessor perene, pois eis que “o monge já sorri no céu!”.

PAX IN AETERNUM!
Paz para sempre!

REQUIAM AETERNAM DONA EIUS DOMINE
ET LUX PERPETUA LUCEAT EIUS
O descanso eterno é o dom do seu Senhor
e Sua luz brilha perpetuamente

REQUIESCANT IN PACE!
AMEM
Que descanse em paz!
Amém