Ano Missionário e Quaresma

Estamos em plena quaresma! Um tempo favorável!  Não são dias de tristeza, nem de amargura ou nem mesmo de medo de Deus, por causa de nossos pecados e da dureza com a qual poderíamos ser julgados. Celebramos, sim, nossa pequenez diante de um Pai de amor, que nos dá um tempo para crescermos como gente, na imitação de seu Filho. Mas essa quaresma acontece num momento realmente especial de nossa Igreja Particular de Curitiba! Vivenciamos o Ano Misssionário! Mas o que o tempo da Quaresma tem a ver com Missão?

Na Igreja Antiga, para a celebração do batismo, na noite santa da Vigília Pascal, os catecúmenos passavam por um longo período de preparação, chamado catecumenato. Nos últimos dias deste período, intensificava-se a prática das virtudes, da penitência e da vigilância cristã, ao mesmo tempo em que os responsáveis verificavam a idoneidade do candidato ao batismo. Esse período era chamado de “Tempo da Purificação e Iluminação” e durava cerca de quarenta dias.

Com o passar dos séculos, criou-se o costume de renovar os compromissos batismais também durante a noite pascal, enquanto os novos cristãos nasciam da fonte do Batismo. Daí decorre que os quarenta dias antecedentes à Páscoa serviam também de preparação para essa renovação: surge assim a Quaresma como a conhecemos hoje.

Para renovarmos  o nosso compromisso batismal, dentre as três práticas propostas pela Igreja, destaca-se a caridade! O amor-serviço não é uma opção para o Cristão. É um mandamento de Jesus! E é nesse ponto que Quaresma e Missão se encontram! Igreja que sai para servir: eis a primeira linha de ação de nosso Ano Missionário! O serviço é também tema da Campanha da Fraternidade deste ano de 2015, que nos pede sermos Igreja em saída, promotora da vida em nossa sociedade! “Não podemos realizar este Ano Missionário pensando apenas em engrossar as nossas fileiras. Sair em missão significa desejar tornar evangélicas as realidades que ainda são marcadas pela injustiça, de modo especial, as periferias empobrecidas e as periferias existenciais. Aqueles que estão marcados por situações de morte precisam ser os primeiros para os quais somos enviados.” (Diretrizes Gerais para o Ano Missionário, 30)

Ao renovarmos nosso compromisso batismal, aproveitemos esse tempo favorável para nos empenharmos mais ativamente no serviço aos irmãos, não em teoria, mas na prática, saindo de nós mesmos e sendo verdadeiramente uma Igreja que sai de si mesma para fazer com que todos tenham vida, e a tenham em abundância (cf Jo, 10,10).

 

Pe. Alexsander Cordeiro Lopes

Coordenador da Ação Evangelizadora