O homem é um ser complexo constituído por corpo e alma. Desta forma, suas necessidades não são somente físicas e biológicas, mas também espirituais e religiosas. Esta compreensão antropológica do ser humano fica mais evidente quando ele está hospitalizado e aí insere-se o trabalho de capelania hospitalar.
O que é Capelania Hospitalar?
A capelania hospitalar é uma prestação de serviço religioso ministrado aos enfermos em hospitais da rede pública ou privada, garantido por lei federal e leis estaduais, como previsto na Constituição Brasileira de 1988, nos seguintes termos: “é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva” (CF art. 5º, VII).
Por meio de um conjunto de ações, esse serviço religioso colabora na prestação da assistência espiritual e emocional voluntária aos que assim desejarem, como: enfermos hospitalizados, seus familiares e profissionais da saúde, levando esperança e conforto aos aflitos.
O Frei Anderson Lucio Rosa, O. Carm, assessor eclesiástico da Pastoral da Saúde e coordenador de Capelania Hospitalar da Arquidiocese de Curitiba , traz uma belíssima definição para o serviço de capelania hospitalar:
“É um trabalho humanitário de solidariedade e amor como fez nosso Senhor Jesus Cristo; é uma tênue luz de esperança, confortando e ajudando o enfermo a lidar com a enfermidade, a engajar-se ao tratamento médico indicado, e até mesmo a preparar-se para enfrentar a morte, quando não há expectativa de cura.”
O capelão hospitalar
O capelão hospitalar é a pessoa devidamente qualificada que cuida da assistência religiosa e espiritual dentro do hospital. Ao capelão cabe o cuidado com o bem-estar do ser humano. “É ele quem oferece conforto e calor espiritual, estimulando os pacientes e acompanhantes à confiança no hospital, na equipe de saúde e sobretudo em Deus”, complementa o Frei Anderson.
A função de capelão hospitalar pode ser exercida por padres, diáconos, religiosas, leigos, pastores e representantes de outras religiões. Afinal, a dimensão ecumênica presente no exercício da capelania hospitalar é uma das questões levantadas como necessária pelo Concílio Vaticano II.
Em seu acompanhamento e apoio, o capelão utiliza métodos de motivação para as pessoas enfermas e acamadas. Isso as incentiva a manter a vida de forma corajosa, com fé, lutando pela esperança e pelo enfrentamento de suas enfermidades.
Para desenvolver um bom trabalho, o capelão deve obedecer a todas as normas e orientações da administração do hospital e das autoridades em vigilância sanitária; estar ciente que o campo e o local onde atua, ou seja, o ambiente hospitalar, é o lugar de maior transmissão de vírus e bactérias.
O trabalho da Arquidiocese de Curitiba
Na arquidiocese de Curitiba, o trabalho de capelania hospitalar já existe por longa data. São muitos os voluntários – entre padres, diáconos, religiosas e leigos – que semanalmente fazem visitas aos enfermos internados nos mais diversos hospitais espalhados pela cidade e região metropolitana.
“Este grupo auxilia no atendimento, na escuta, na oração, levando uma palavra de fé, de esperança, de conforto e de superação. Somos em aproximadamente 30 padres capelães e, de acordo com a necessidade do paciente e a demanda do hospital, levamos o Sacramento da Unção dos Enfermos”, explica o Frei Anderson.
Ele ressalta que o trabalho na arquidiocese está cada vez mais fortalecido, principalmente com os sacerdotes que desempenham esta função. “Estamos nos reunindo mensalmente para partilhar as experiências de cada um nas mais diversas realidades hospitalares, tomar decisões e trabalhar em unidade, seguindo as diretrizes da Ação Evangelizadora da Arquidiocese.”
Quer atuar no serviço de capelania hospitalar?
O Instituto de Formação da Fé (IAFFE) da Arquidiocese de Curitiba vai lançar, em 2022, um curso para leigos que desejam atuar no serviço de capelania hospitalar como voluntários. Informações em breve!
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Por
Rubhia Morais
Jornalista e Coordenadora de Comunicação da Arquidiocese de Curitiba