Pergunta foi respondida pelos presidentes dos Regionais Sul 2, 3 e 4 à rádio 9 de Julho
Os Bispos que presidem os Regionais Sul 2, 3 e 4 da CNBB, que abrange, respectivamente, as dioceses nos Estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina comentaram, em entrevista à rádio 9 de Julho, os principais desafios para este ano.
“Temos o grande desafio pastoral de uma Igreja em saída, de ir às periferias, aos lugares mais distantes” afirmou Dom Mauro Aparecido dos Santos, Arcebispo Metropolitano de Cascavel (PR) e Presidente do Regional Sul 2.
Segundo o Bispo, a Igreja no Paraná é dividida em quatro províncias eclesiásticas muito diversificadas. Após visitas pastorais, os bispos constataram que um dos principais desafios do Regional é o êxodo rural, pois muitas familias estão deixando o campo e, assim, muitas capelas estão sendo fechadas: “O êxodo rural faz com que os municípios não tenham essa população. Nós temos municípios com cerca de 4 habitantes, isto é comum aqui no Paraná.”
Uma das prioridades pastoral é intensificar os trabalhos com a Pastoral Carcerária. A Igreja vem trabalhado para que a justiça restaurativa seja implantada em todas as penitenciárias para que os encarcerados sejam recuperados: “Formar aquele que está preso, para que ele possa retornar à sociedade, reconhecendo seu erro com o propósito de não cometer. Mas, infelizmente, essa é uma grande dificuldade que nós, Igreja no Paraná, estamos enfrentando nos presídios estaduais”, concluiu Dom Mauro.
O Regional Sul 3 da CNBB, que abrange 18 dioceses em território gaúcho, trabalha para a implantação de uma proposta da iniciação à vida cristã, segundo Dom Jaime Spengle, Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre e Presidente do Regional Sul 3.
“Certamente, todos nós sabemos o desafio que representa a transmissão da fé às novas gerações. Com isso, nós temos o sempre atual desafio da animação bíblica da pastoral. Estamos convencidos que a palavra domina, orienta, dá norte, corrige.”, afirmou.
Outro desafio do Regional Sul 3 são as vocações, seja para a vida consagrada ou para o ministério ordenado. Em parceira com os regionais do Sul do Brasil, será promovida a campanha: “Em cada comunidade uma nova vocação”, que será lançada oficialmente na Quinta-feira Santa de 2018.
“Esperamos criar um clima vocacional em todas as nossas comunidades. Hoje, sentimos uma crise que preocupa e por isso precisamos promover uma vigorosa pastoral vocacional. Seja por meio da oração, seja pelo testemunho de mulheres e homens consagrados”, destacou Dom Jaime.
Por fim, o Arcebispo de Porto Alegre lembrou um desafio sempre presente nas comunidades: a formação de novas lideranças. Por isso, serão promovidos cursos de atualização para as lideranças leigas e também para os ministros ordenados e para os membros da vida consagrada.
No Regional Sul 4 da CNBB, que abrange a Arquidiocese de Florianópolis e mais 9 dioceses do Estado de Santa Catarina, o crescimento da consciência missionaria com a realização de missões populares nas dioceses e paróquias foi destacada por Dom João Francisco Salm, Bispo da Diocese de Tubarão e Presidente do Regional Sul 4 da CNBB.
Dom João comentou as conquistas que estão ocorrendo no Regional. “Há um esforço grande e uma experiência bonita na dinamização da Pastoral da Juventude. Estamos empenhados no projeto da iniciação à vida cristã com inspiração catecumenal. Tem se promovido a capacitação dos músicos e instrumentistas para que favoreçam a participação plena e consciente do povo na liturgia. Tem ocorrido, ainda, uma acolhida e integração com os imigrantes.” afirmou o Bispo à Rádio 9 de julho
Diante do aumento da intolerância religiosa e do medo do diferente, um desafio será à criação de espaços de diálogo ecumênico e de diálogo inter-religioso. A escuta dos jovens, visando o Sínodo da Juventude em 2019, e o diálogo com o poder público tendo em mente uma maior atenção as minorias, também serão prioridade, segundo o Bispo.
Outros desafios serão a evangelização nas escolas, universidades e as necessidades de uma ecologia humana e integral, visando a evangelização do mundo urbano. O Bispo concluiu afirmando que “O Ano Nacional do Laicato promete ser uma grande graça para todos nós.”
(Redação: Flavio Rogério Lopes/ com informações da rádio 9 de Julho).
Fonte: Cnbbs2.org.br / osaopaulo.org.br