Aconteceu na última semana de 12 a 14 de julho, no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida, em Aparecida (SP), o 8º Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação (PASCOM). Participam mais de 900 pessoas, entre bispos, padres, religiosas, leigos e leigas atuantes na PASCOM, vindos de todos os cantos do Brasil. O tema central do encontro é “Pastoral da Comunicação em uma mudança de época: desafios e perspectivas”.
Na abertura do evento, estiveram presentes no palco o coordenador e a vice-coordenadora nacional da PASCOM, Marcus Tullius e Janaína Gonçalves; o secretário da PASCOM, Alex Ferreira; o presidente da Comissão Episcopal para a Comunicação da CNBB, Dom Valmir José de Castro, SSP; o bispo de Guarapuava (PR) e membro da Comissão Episcopal de Pastoral para a Comunicação, Dom Amilton Manoel da Silva, CP; e o secretário do Dicastério para a Comunicação, Monsenhor Lucio Adrian Ruiz.
A primeira conferência do evento foi assessorada pelo Monsenhor Lucio, com o tema: “Pastoral da Comunicação em uma mudança de época: desafios e perspectivas”. Em seguida, a última atividade da noite de sexta-feira, foi uma roda de conversa sobre Inteligência Artificial: o futuro no presente.
Na manhã de sábado, 13 de julho, a primeira conferência teve por tema: “Comunicadores da Esperança”, e foi assessorada por dom Amilton. O bispo iniciou dizendo que o mundo digital é um lugar de missão e que os pasconeiros são missionários digitais. Depois, ele fundamentou o tema da esperança no Evangelho, nos filósofos, na palavra dos santos e também do Papa Francisco. Dom Amilton buscou mostrar a diferença entre esperança e otimismo. “O otimista aposta em si mesmo. O esperançoso crê em Deus. É preciso ir além do pensamento positivo, mas dar razão para a esperança, para esperar. Esperança é sinônimo de reencantamento”, disse o bispo.
Dom Amilton avaliou como muito positiva a presença de mais de 900 pessoas no encontro, pois percebe que estão em busca de qualificação para o serviço nas paróquias e dioceses. “A tecnologia está avançando muito rápido e nós não temos conseguido acompanhar. Nós temos percebido que, cada encontro que trazemos a comunicação, o mundo digital, temos sempre novidade. Nesse encontro uma grande novidade foi a conscientização apresentada por Mons. Lucio, ao afirmar que estamos no mundo digital não apenas para dar testemunho de cristãos, mas para sermos ali missionários e missionárias, por que as redes sociais são um lugar de missão, e um lugar enorme, abrangente e ainda desconhecido de todas as oportunidades, que para nós são oportunidades de evangelização”, afirmou o bispo.
A segunda conferência da manhã foi assessorada pelo professor Moisés Sbardelotto, com o tema: “Igreja em saída nas estradas digitais”. O professor contextualizou que as estradas digitais estão congestionadas de pessoas e que essas estradas tem seus pedágios. Ou seja, o tráfego por elas não é gratuito, pois há muitas empresas lucrando com a presença das pessoas que ali habitam.
Moisés também alertou para a necessidade de fazer um discernimento quanto a presença nas redes sociais. Há uma lógica do lucro que se opõe à lógica da graça. Uma leva ao consumismo, à individualidade, ao descarte. A outra objetiva o dom, a comunhão, a comunidade, o encontro.
No período da tarde, aconteceram as oficinas, workshops e seminários, aos quais os participantes haviam se inscrito previamente. Ao todo, foram dez temas realizados simultaneamente: Como articular uma rede de comunicadores?; Comunicação Não-Violenta; Pascom e combate à desinformação: teoria e prática; Como desenvolver o eixo da Espiritualidade na paróquia?; Pascom 5.0: tendências para as mídias sociais; Comunicação para transformação social; Produção audiovisual em dispositivos móveis; Protagonismo feminino e comunicação; Como elaborar um Plano Pastoral de Comunicação?; e IA na prática: ferramentas a serviço da evangelização.
Presença histórica da Igreja do Paraná
Nessa edição do Encontro Nacional da PASCOM, os participantes do Paraná formaram a 2ª maior delegação presente, com 134 pessoas. Estiveram representadas 16 das 18 arqui/dioceses do Paraná.
Pela Arquidiocese de Curitiba estiveram presentes
vários agentes pastorais, dentre eles o coordenador da Pascom da Paróquia Bom Jesus dos Perdões e membro da Comissão de Comunicação da Arquidiocese de Curitiba (PR), Joaquim Eduardo Madruga, 49 anos, disse que participar do primeiro Encontro Nacional da Pascom foi uma experiência gratificante e inspiradora. “Voltei de Aparecida renovado e animado para poder continuar nessa missão. Confesso que, até então, estava um pouco desanimado com algumas situações. Porém, com as falas de Dom Amilton e do Moisés Sbardelotto, um dos conferencistas, reanimei. Afinal, nossa missão é comunicar Jesus Cristo. Como disse São João Paulo II, na Instrução Pastoral Aetatis Novae, Ele “é simultaneamente o conteúdo e a fonte do que a Igreja comunica ao proclamar o Evangelho”.
De acordo com o comunicador, o que chamou sua atenção no encontro foi a diversidade de ideias e práticas comunicacionais compartilhadas por agentes de todo o país. “A programação estava muito bem estruturada, com palestras e oficinas que abordaram temas atuais e relevantes para a comunicação na Igreja”. Ele disse que colocará em prática seus aprendizados na paróquia e na arquidiocese de Curitiba. “Fiquei feliz com a energia e o entusiasmo dos participantes, que também me contagiou”.
Sobre a oportunidade de interação promovida pelo Encontro Nacional da Pascom, Joaquim afirmou que estar entre outros participantes da pastoral do país é fundamental para a construção de uma rede de apoio e colaboração. Segundo ele, esse tipo de encontro permite a troca de experiências, o compartilhamento de desafios e soluções, bem como o fortalecimento dos laços entre os agentes de comunicação.
“A Pascom é crucial para a comunicação da Igreja porque ajuda a transmitir a mensagem do Evangelho de maneira eficaz e acessível para a comunidade. Para as paróquias franciscanas, em particular, a Pastoral da Comunicação desempenha um papel importante ao promover os valores franciscanos de simplicidade, fraternidade e cuidado com a criação”. Segundo ele, a comunicação bem feita fortalece a comunidade, engaja os fiéis e torna a missão da Igreja mais visível e impactante na sociedade.
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Com informações CNBBSul2 e Portal Franciscanos